Elizabeth Chaves Sapalalo bate numa porta com vidro no alto, protegido por barras de ferro. Um papel de presente amarelo, estampado com rosas miúdas, oculta a visão para dentro do pequeno apartamento. Uma mulher sorridente a recebe. As paredes do imóvel alugado, de dois quartos, têm cores distintas, variando entre branco, verde e laranja. Mesa e cadeiras são de plástico. À direita, na sala, os sofás estão cobertos por mantas laranja. “Aqui já nasceram três bebês”, diz D., uma moça que não revela seu nome e fala em um português com o sotaque que nós, os brasileiros, identificamos com Portugal – mas, na verdade, tem as sutilezas do português falado em antigas colônias lusitanas na África. Como ela, Elizabeth é angolana e entende o valor de amuleto embutido na frase. Leia mais.